Pérolas Negras no Fórum Global de Refugiados em Genebra)

Na sexta-feira, 13 de dezembro de 2019, cinco jogadores da Academia Pérolas Negras (APN) embarcaram para Genebra (Suíça) onde participaram do Primeiro Fórum Global sobre Refugiados, organizado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

O grupo foi formado por cinco atletas: dois sírios, Ahmad e Hafith (Marcelo), e três haitianos, Badio, Basquin e Tijô. Além dos jogadores, acompanharam a comitiva, o Presidente da APN, Rubem Cesar Fernandes e o Diretor de Criação, André D’Ávila.

O Fórum tratou de um tema muito conflituoso em todos os continentes: os refugiados e as migrações motivadas por crises, inclusive as econômicas. Essa foi uma convocação inédita dos Estados-membros da ONU para debate da questão. Além disso, houve foco no esporte como instrumento para a inclusão de refugiados. De fato, os Pérolas Negras integraram um evento paralelo ao Fórum. Porém, a exemplo do que aconteceu em outras conferências, como a ECO 92, esses espaços costumam ser de grande valor simbólico e de muita importância política, chegando por vezes a superar os oficiais.

Segundo o Presidente da APN, Rubem Cesar Fernandes: “No plano político existem muitas dificuldades para se chegar a um consenso sobre a questão dos refugiados, mas no esporte fica tudo mais fácil por ser uma linguagem mais meritocrática, onde vale mais a performance e a qualidade do atleta do que o país de origem.”

A experiência dos Pérolas Negras se tornou referência mundial por ser a primeira na qual atletas refugiados têm a permissão de pertencer a uma federação e atuar como profissionais. A inclusão teve início em 2017, com o apoio da CBF, e hoje integra oficialmente o Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol.

A possibilidade de pertencimento através da prática esportiva profissional é um instrumento poderoso de inclusão. “Se você é refugiado, você não é nem do país de origem e nem do país de chegada. Você está num limbo, num vazio entre um e outro, sofrendo toda espécie de riscos e preconceitos”, comenta Rubem Cesar, responsável por representar a APN como caso de sucesso da área de advocacy da conferência.

A viagem durou, ao todo, uma semana, entre o embarque para a Europa e o retorno para o Brasil. Nos dois primeiros dias, após a chegada em Genebra, os atletas passaram por uma aclimatação ao inverno europeu e gravaram uma matéria para o programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, que foi veiculada no dia 22 de dezembro.

O campeonato de futebol aconteceu no dia 16 de dezembro. Os beneficiários de diversos projetos internacionais, de esporte com refugiados, representaram sete países diferentes. Foram formados seis times heterogêneos, com nove integrantes cada, sem divisões por gênero ou nacionalidade. A competição aconteceu em apenas um dia. Durante as partidas, era possível assistir a uma jogadora afegã vibrando com o gol de um haitiano sobre um time com sírios e palestinos, por exemplo. O clima foi de celebração e descontração, mas, acima de tudo, igualdade e inclusão.

Para muitos dos Pérolas, essa foi uma oportunidade de vida e uma confirmação de estar no caminho certo. Essa perspectiva ficou muito clara no depoimento do Badio, jogador do Pérolas, para a matéria do Esporte Espetacular: “Eu posso dizer isso com muita certeza – Deus colocou o futebol no meu caminho para me ajudar, e já está ajudando com essa experiência. Eu nunca pensei que iria participar de um evento desses, num país tão longe do meu, que é o Haiti. Então, isso eu vou levar para o meu coração.”

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