O enfrentamento da pobreza é um dos maiores desafios do nosso tempo. Os indicadores sociais apontam para um cenário alarmante no Brasil. Segundo dados do IBGE, referentes ao último trimestre de 2019, 11,6 milhões de brasileiros estão desempregados. Destes, 4,7 milhões desistiram de procurar emprego e 6,8 milhões estão subocupados. Complementando esse cenário, a taxa de desemprego atinge diretamente 25,7% dos jovens. Isso representa aproximadamente 4 milhões de desempregados com idades entre 18 e 24 anos. Se contabilizarmos a faixa etária entre 14 e 17 esse número sobe para 5 milhões.

Por um lado, os dados acima confirmam uma leve redução do desemprego na série histórica, por outro, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS)1 do IBGE, divulgada no último trimestre de 2019, revela o recorde de 13,5 milhões de miseráveis no Brasil. Isso representa o equivalente a 6,5% da população brasileira – número superior à população de países como Bolívia, Cuba, Grécia, Bélgica ou Portugal.

As estatísticas combinadas apontam para uma dificuldade enfrentada pelos mais pobres no acesso a oportunidades de emprego e renda. Em 2019, o quadro de extrema pobreza se acentuou – demonstrando um crescimento de 2% nos últimos cinco anos.

Os dados educacionais ajudam a tecer o cenário da miséria no Brasil. Sete em cada dez alunos do 3° ano do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática.2 De fato, quando lançamos um olhar cuidadoso sobre os números do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), verificamos que o nível socioeconômico dos estudantes é determinante para os resultados. Dentre os alunos de maior renda, 83% conseguiram aprender todo o conteúdo esperado de português, enquanto apenas 22,7% dos de baixa renda obtiveram resultados semelhantes. Já em matemática, 71,7% dos alunos do ensino médio apresentam nível insuficiente. Destes, 22,5% estão no nível zero, o mais baixo em termos de proficiência.

Usualmente, nomeamos os resultados das influências de uma organização sobre uma comunidade, ou grupo, como impacto social. Há, sobretudo nesse contexto, uma urgência pela efetivação do impacto social positivo na resolução dos problemas globais – especialmente os relacionados à extrema pobreza e desemprego – e os reflexos dessas ações sobre toda a sociedade. Em outras palavras, as organizações precisam trabalhar de forma estruturada e eficiente, através de vias sustentáveis, utilizando modelos capazes de potencializar as habilidades cognitivas e produtivas das populações vulneráveis.

Em relação ao terceiro setor, representado pela sociedade civil organizada, as intervenções no plano social necessitam de metodologias nas quais o capital, tanto governamental quanto o produzido pelas organizações, seja aplicado com inteligência na resolução dos problemas e dores sociais, apresentando evidências quantitativas e qualitativas das mudanças nas vidas dos beneficiários.

Para nós, o impacto é alcançado quando conseguimos modificar a realidade das pessoas através de iniciativas socialmente relevantes e escaláveis.

Para isso, optamos por – junto ao nosso Comitê Consultivo, composto por: Aik Brandão, Edmar Bacha, Rubem César, Toia Lemann, Simon Schwartzman e Bernardo Sorj trabalhar com foco nas áreas de Educação e Inclusão Produtiva. Acreditamos neste caminho para retirar jovens de situações de baixa renda e vulnerabilidade e levá-los a condições de protagonistas da própria história, capazes de aprender, refletir, progredir e prosperar intelectual e financeiramente.

O primeiro passo para alcançar impacto social efetivo está na forma como alocamos recursos na área social. Alinhados com a perspectiva de um Comitê Consultivo experiente, trazemos no DNA a busca constante pela excelência e aprimoramento de processos. Nos empenhamos em buscar e selecionar instituições sólidas, com projetos competitivos, baixo risco operacional e boas perspectivas de retorno social sobre o investimento.

Para nos auxiliar no processo de alocação, possuímos uma curadoria profissional, responsável pelo processo seletivo e acompanhamento minucioso das iniciativas apoiadas. Além disso, como forma de assegurar uma contribuição relevante, definimos um valor mínimo de doação para os projetos.

Seleção

Durante o processo de seleção, avaliamos critérios institucionais dos proponentes, tais como: histórico da organização, governança, processo de tomada de decisão, transparência, modelos de gestão e controles. Além disso, é feito um diagnóstico sobre o projeto proposto, no qual são verificadas as respectivas variáveis: público-alvo, potencial de impacto, possibilidades de ganho de escala, sustentabilidade, ferramentas e processos de monitoramento e indicadores-chave de desempenho, entre outros.

O processo seletivo é composto por três etapas. Na primeira, é realizado um mapeamento no qual o VRB busca organizações, projetos e gestores considerados referências dentro da proposta estratégica elencada pelo Comitê. Em seguida, a equipe de projetos do VRB realiza uma entrevista inicial para avaliação prévia das organizações. As iniciativas e projetos alinhados com a estratégia macro recebem formulários para preenchimento. Após a devolução, toda a documentação é checada. A habilitação do projeto é efetivada caso todos os pré-requisitos sejam atendidos.

Na segunda etapa, as organizações habilitadas recebem a visita técnica de um ou mais representantes do time de projetos. Durante a due diligence, aspectos relevantes sobre a instituição e a operação são analisados com maior nível de granularidade. É checada a consistência entre a descrição do projeto nos formulários e a operação in loco. Um roteiro estruturado serve como base para a confecção de um parecer técnico contendo pontuações sobre os itens avaliados. As entrevistas com gestores e colaboradores são gravadas, transcritas e arquivadas para embasar os resultados.

Durante a etapa final, os pareceres técnicos são levados para apreciação do Conselho de Administração e do Comitê Social Consultivo, responsáveis pela decisão sobre qual projeto vai ser apoiado durante o próximo período. A escolha é realizada com dupla checagem de aprovação para garantir a lisura do processo.

Monitoramento

Com o começo da parceria, iniciamos o processo de monitoramento. Acompanhamos constantemente a evolução das etapas dos projetos apoiados a partir dos cronogramas fornecidos pelas organizações. Há uma checagem bimestral sobre o orçamento apresentado e o executado com base em relatórios. Também é monitorado o progresso dos indicadores-chave de desempenho (KPI). Essas análises nos permitem detectar e alertar os parceiros sobre atrasos e desvios dos objetivos do projeto. Caso as organizações insistam em não corrigir as falhas indicadas, podemos suspender os repasses mensais.

Em paralelo com o monitoramento remoto, são efetivadas visitas trimestrais roteirizadas com a finalidade de avaliar: a localização e qualidade das instalações, o desempenho das equipes durante a operação, a experiência dos beneficiários e as atividades realizadas.

Reavaliação

Ao final do período contratual, os resultados esperados, as considerações sobre o monitoramento e todas as informações relativas ao desempenho das organizações são reunidas em um único documento. A partir desse ponto, é emitido um novo parecer, baseado em toda a experiência anual. Esse documento é levado ao Conselho de Administração e ao Comitê Social Consultivo para decisão pela renovação ou finalização do apoio.

Projetos Apoiados em 2020

Na cidade de São Paulo, o VRB está apoiando o Instituto PROA e a Generation, ambas com foco em inclusão produtiva. No estado do Rio de Janeiro, está em curso a ampliação do trabalho de união entre esporte, educação e empreendedorismo através da Academia Pérolas Negrasem parceria com a Junior Achievement. Em Goiás e Pernambuco, o Instituto BEĩ está aplicando aulas de Educação Financeira para milhares de alunos das redes públicas estaduais.

1 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf
2 INEP/MEC – SAEB 2017

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